sexta-feira, 26 de março de 2010

PROJETO: FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA

  • Público alvo: Alunos do 2º ano A - ciclo II
  • Professoras: Roseli A. Oliveira e Élida F. Penhalver
  • Tempo de duração: De março a novembro de 2010

OBJETIVOS

Desenvolver potencialidades leitoras e escritoras tendo como recurso a utilização autônoma dos recursos tecnológicos de comunicação.

Despertar a criança para um olhar crítico acerca do ambiente onde vive.


Nosso projeto esta baseado nos princípios da Educomunicação que:
“(...) define-se como um conjunto das ações destinadas a: integrar às práticas educativas o estudo sistemático dos sistemas de comunicação; criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos”. (SOARES, p.1, 2000)


e nas finalidades da educação ambiental determinadas pela UNESCO que são:

Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam.

Assim, nossa proposta é realizar um documentário durante o ano letivo de 2010 com os alunos da EMEB Otílio de Oliveira tendo como temática principal os problemas ambientais ocasionados pelo homem.
O foco será o Ribeirão dos Meninos um rio que esta localizado no entorno da comunidade escolar e causa inúmeros transtornos à população.
Ao observar a dificuldade dos alunos em reconhecer a diversidade nas tecnologias de comunicação e os problemas ambientais do planeta Terra decidimos elaborar este projeto. Ele deve propiciar que o educando perceba e reconheça o meio em que vive, reconheça-se como protagonista da manutenção do planeta, aproxime-se e utilize com autonomia as diversas tecnologias da comunicação.

Neste trabalho por meio de pesquisas, entrevistas, animações queremos propiciar aos alunos a descoberta da história do rio, dos seus problemas, agressões sofridas pelo homem, possíveis soluções, contato com os recursos tecnológicos da comunicação e autonomia no uso dos mesmos.

domingo, 14 de março de 2010

CARTA DA TERRA

O texto da Carta da Terra
PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL


Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.

Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.

Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
stabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
organismos prejudiciais.
Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
ambientais seguras.
Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.

Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA


9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.

Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
conseqüências de suas atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.


Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.

Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.

Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
massa.
Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Educar para uma cultura de sustentabilidade é educar para um mundo possível...

... já que este mundo é insustentável.
E educar para outro mundo possível é educar preparando para aquilo que ainda não é, o ainda-não, a utopia.
Assim, estamos assumindo a história como possibilidade e não como fatalidade (...) A diversidade humana implica a diversidade de modos de produzir e de reproduzir a nossa existência no planeta.

Moacir Gadotti, Educar para uma cultura de sustentabilidade, p.62)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Você sabe o que é desenvolvimento sustentável? Não? Pois deveria já que este termo representa a principal alternativa para viabilizar a sobrevivência do planeta Terra para as futuras gerações de seres humanos. Diga-se de passagem, que você não é o único a desconhecer, milhões de pessoas mundo afora ainda não tem conhecimento do termo, quiçá de sua explicação. Ressalte-se também que o conceito é tão importante que deveria se tornar tópico discutido em salas de aula desde as primeiras séries do ensino fundamental, quem sabe até mesmo na educação infantil...

As crianças devem ser as primeiras a conhecer bem essa imprescindível idéia criada pela ONU e que deslanchou mundialmente a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992.

Desenvolvimento Sustentável é um projeto de gestão dos recursos naturais que prevê a satisfação das necessidades imediatas e prementes da humanidade sem que se comprometa à existência das futuras gerações de pessoas que habitarão a Terra. Trata-se, na realidade, da capacidade que devemos ter de gerenciar de forma mais racional, comedida e inteligente os recursos e meios que nos são concedidos pela Terra para evitar que ocorra uma devastação da mesma que comprometa a existência futura não só dos seres humanos, mas também de todas as espécies que vivem por aqui...

O Rio de Janeiro foi um importante marco para que o comprometimento mundial em relação à proteção, conservação e recuperação da natureza se efetivasse através de ações mais concretas e constantes. Acendeu-se o sinal amarelo quanto a própria existência humana. Ficou mais claro para todos que se não tomássemos atitudes enérgicas e decididas quanto à proteção do meio ambiente, estaríamos colocando em risco nossa própria continuidade enquanto seres vivos...

A situação das espécies animais e vegetais que se extinguiram, as queimadas de matas e florestas que se tornavam mais e mais freqüentes, a poluição dos rios e mares, a liberação em doses elevadíssimas de resíduos tóxicos na atmosfera, a destruição progressiva da camada de ozônio, a erosão em níveis alarmantes em diversas regiões do planeta e tantas outras situações-limite estão tornando insustentável a continuidade dos sistemas e modelos que praticamos até o presente momento na Terra.
E como podemos conhecer melhor o meio ambiente para que possamos adotar práticas que auxiliem o planeta em sua luta pela sobrevivência?

Definição

Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Isso é muito parecido com a filosofia dos nativos dos Estados Unidos, que diziam que os seus líderes deviam sempre considerar os efeitos das suas ações nos seus dependentes após sete gerações futuras.

O termo original foi "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade", então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas.

A Gestão Sustentável é uma capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade, ou país, por vias que valorizam, recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro de modo a gerar valor ao Stakeholders (LUCRO). A Gestão de processos deve ser vista sempre como um processo evolutivo de trabalho e gestão e não somente como um projecto com inicio, meio e fim. Se não for conduzida com esta visão, a tendência de se tornar um modismo dentro da empresa ou do país e logo ser esquecida ao sinal de um primeiro tropeço é grande. Muitos esforços e investimentos têm sido gastos sem o retorno espectável.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objectos económicos, financeiros, ambientais e sociais.

História

A adoção formal por parte da ONU do conceito de desenvolvimento sustentável parte da criação em 1972 da Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento (WCED) que em 1987 publicou um relatório intitulado "Nosso futuro comum", também conhecido como o relatório Brundtland. Esse relatório indicou a pobreza nos países do sul e o consumismo extremo dos países do norte como as causas fundamentais da insustentabilidade do desenvolvimento e das crises ambientais. A comissão recomendou a convocação de uma conferência sobre esses temas.

O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de dezembro de 1989 com a aprovação em assembléia extraordinária das Nações Unidas uma conferência sobre o meio ambiente e o desenvolvimento como fora recomendado pelo relatório Brundtland e com a elaboração de esboços do programa, que, como todos os acordos dos estados-membros da ONU, sofreram um complexo processo de revisão, consulta e negociação, culminando com a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Rio-92 ou Eco-92, entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, onde representantes de 179 governos aceitaram adotar o programa.

A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento a partir do qual foram feitos ajustes e revisões. Primeiro, com a conferência Rio+5, entre os dias 23 e 27 de junho de 1997 na sede da ONU, em Nova Iorque; posteriormente com a adoção de uma agenda complementária denominada metas do desenvolvimento do milênio (Millenium development goals), com ênfase particular nas políticas de globalização e na erradicação da pobreza e da fome, adotadas por 199 países na 55ª Assembléia da ONU, que ocorreu em Nova Iorque entre os dias 6 e 8 de setembro de 2000; e a mais recente, a Cúpula de Johannesburgo, na cidade sul-africana entre 26 de agosto a 4 de setembro de 2002.

COMA BEM E SALVE O PLANETA


Compre alimentos e frutas da estação naquele mercadinho da esquina. Essa é uma ideia simples e barata que torna a vida das pessoas e do planeta mais saudável.

Por quê? Bem, os produtos locais utilizam menos energia para serem produzidos, transportados e armazenados. Para se ter uma idéia, é necessário percorrer 12 mil quilômetros para levar 1 quilo de cerejas argentinas até Roma. Isso corresponde a emissão de 16,2 quilos de CO2.

Comprar perto de casa também estimula o desenvolvimendo da economia regional -- o que, de quebra, tende a provocar uma queda nos preços da sua região, uma ótima notícia para a saúde de seu bolso.

Além disso, há outra vantagem: as frutas da estação passam por menos processos industrializados de amadurecimento. E costumam ser mais frescas e nutritivas em comparação aos alimentos de outras épocas.

Se ainda não se convenceu, lá vai nosso último argumento: se você fizer as compras a pé e com um belo sorriso no rosto, vai acabar entrando em forma e fazendo amizades pela vizinhança.

O que não é nada mau, né?

SUSTENTABILIDADE

Trechos da entrevista que Luc Vankrunkelsven concedeu IHU On-Line


Luc Vankrunkelsven concedeu a entrevista que segue à IHU On-Line, por e-mail, sobre o consumo de carne no mundo e a sua relação com os problemas ambientais. Segundo ele, este problema é globalizado e o aumento do consumo de carne está diretamente relacionado ao poder aquisitivo das pessoas.

Luc revela ainda que o problema em relação ao consumo de carne vai além da cultura do gado, frango ou porco. A partir do surgimento da “aquacultura”, os peixes também passaram a comer ração composta por milho, farelo de soja e farelo de peixe. Produzidos a l quilômetros de distância. E isso está aumentando drasticamente o problema ambiental no mundo.

Luc Vankrunkelsven é filósofo e teólogo. Viveu na rua, entre os pobres de Antuérpia, de 1981 e 1983. Em 1990, fundou um grupo de trabalho para uma agricultura justa e sustentável. Desde 2003 vive e trabalha no Brasil e na Europa. É consultor independente da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil, atuando diretamente na formação de lideranças populares, com especialidade na questão da soja e capazes de atuar junto à Organização Mundial do Comércio – OMC.

Confira a entrevista

IHU On-Line – Onde o problema da carne no mundo se concentra e traz maiores consequências?

Luc Vankrunkelsven – O problema é globalizado. Para mim, a “soja” é uma metáfora da globalização, mas podemos falar também, por exemplo, do frango. Todas as partes do frango são usadas e vão a todos os cantos do mundo. Os Europeus comem o peito do frango e exportam parcelas com menor valor, por exemplo, para Senegal. Lá, na cultura deles, a posição da mulher era/é vinculada à produção do frango caipira. Nas festas, as mulheres vendem os frangos e isso é muito importante nesta cultura, mas agora esta carne é mais barata e é impossível para a economia local concorrer com este mercado.

A história da carne tem relação também com a história da ração animal. Desde os anos 1950, se produz 39 milhões de toneladas de soja no mundo. Deste total, 20 toneladas são produzidas no Brasil. Nos últimos anos, a China importa ainda mais soja do que a Europa.

IHU On-Line – Só o fato de diminuirmos a quantidade de carne em nossos pratos vai trazer que tipo de mudanças para o clima do planeta?

Luc Vankrunkelsven – Comer carne é um símbolo de riqueza. Quando um país tem mais poder econômico, o povo vai comer mais carne.
Comer (muita) carne é um símbolo de prosperidade. Depois da II Guerra Mundial, os europeus do Oeste começaram a comer mais carne (e usar mais produtos derivados do leite). Depois da queda do muro de Berlim, o que fizeram os povos da Europa do Leste? Começaram a comer mais carne e queijo também! E agora, o que faz a Ásia? Comem mais carne. Vinte anos atrás, o consumidor na China comia 20 quilos de carne por ano. Agora é 38 quilos de carne por ano e isso vem crescendo.

O problema planetário é que a população mundial dobrou nos últimos 50 anos e o consumo de carne e peixe quintuplicou e vai dobrar de novo em 20 anos. Para este consumo precisamos de dois ou três planetas Terra, mas temos só um. E se queremos proteger ainda os ecossistemas no mundo, precisamos repensar nossos processos.
A produção de carne é uma questão de terra, água e muita energia e também de mudanças de clima. Com o desmatamento da Amazônia, muito carbono vai para ar. Também os fertilizantes e as máquinas exigem muita energia/carbono. Há fogos e desmatamento para produção da soja e da cana de açúcar, mas agora a Amazônia ainda sofre as consequências da presença do gado. Há mais bois no Brasil do que brasileiros! E pode-se dizer que o efeito climático do metano de um boi é comparável com um carro pequeno. O efeito do metano para o aquecimento do mundo é 23 vezes mais forte do que o carbono… Sim, diminuir a carne no nosso prato é muito efetivo. O trânsito no mundo tem 14 % de responsabilidade nas mudanças do clima, mas a produção de carne até 18 %.

IHU On-Line – Cada vez mais investidores estrangeiros buscam comprar terras no Brasil. Porque as terras do país são tão procuradas por empresários não brasileiros? Quais as diferenças entre o Brasil e outros países em relação ao agronegócio?

Luc Vankrunkelsven – Já desde os anos 1960, empresas e pessoas privadas compraram muitas terras no Brasil. Mas, sim, nos últimos anos isso vem crescendo. Acho que há dois fatores importantes: “o rei carro e o imperador presunto”. Existe uma demanda nos Estudos Unidos e na Europa para o combustível “verde”. O carro-chefe do programa biodiesel do governo Lula está relacionado à produção de combustível a partir da soja. Agora no grão da soja encontram-se os dois símbolos da sociedade capitalista, agora globalizada: o carro individual e um consumo alto de carne.

Os chineses compõem 20% da população do mundo, mas têm apenas 6% da terra arável e 6% da água doce. Os brasileiros têm tudo: muitas terras, muita água (cerca de 20% da água do mundo ou mais). Os indianos começam a entrar no paraíso do Mc’Donalds. Eles eram, desde muitos séculos atrás, vegetarianos, mas agora muitos deles começam a comer carne. E, em 20 anos, haverá mais indianos que chineses. Pense que os indianos têm ainda menos terra e água por pessoa do que os chineses. Então, quando estes povos mudam o hábito de comer, sentimos isso no mundo inteiro, sobretudo no Brasil, porque o país tem muita terra e água. Quando você consome carne, precisa de muito mais terra e água do que quando consome verduras, grãos, frutas, nozes, etc. Com o boom econômico da China, agora eles têm muito dinheiro para, por exemplo, comprar terras. Eles compram no Brasil e na África e muito barato!

IHU On-Line – A concentração de rebanhos pode levar ao surgimento de novas pandemias? Podemos prever quais poderiam ser essas pandemias?

Luc Vankrunkelsven – Eu não sou um profeta do futuro, mas posso dizer que muitas doenças estão ligadas à produção (industrial) de carne e à globalização. Existem estas gripes aviária, suína… Não vão parar de surgir, mas sim vão se multiplicar. Há uma esperança: o peakoil [1]. Quando em 15 ou 30 anos o petróleo acabar, o sistema internacional do agronegócio e de outro comércio vai mudar. O modelo capitalista, exportador do agronegócio, não tem futuro.

IHU On-Line – E para uma real mudança do cenário que preveem para o planeta, como a identificação da origem da carne pelo consumidor pode ajudar?

Luc Vankrunkelsven – Comer menos carne e peixe é algo muito importante. Também peixe? Sim, os oceanos estão vazios e, nos últimos anos, aconteceu o surgimento da aquacultura. Estes peixes comem também ração (milho, farelo de soja, farelo de peixe). Por exemplo, o salmão da aquacultura na Noruega está barato no Carrefour da Bélgica, porque a ração deste salmão é composta por: 50% de soja do Brasil/Argentina (que ficam entre 10 mil até 12 mil quilômetros) e 50% de farinha de peixe das costas do Peru (15 mil quilômetros de distância). A consequência, portanto, é imensa.

Notas:
[1] A teoria do Pico do Petróleo (Peakoil) proclama o inevitável declínio e subsequente término da produção de petróleo em qualquer área geográfica em questão. De acordo com a teoria, seja em apenas um poço de petróleo ou no planeta inteiro, a taxa de produção tende a seguir uma curva normal. No início da curva (pré-pico), a produção aumenta com o acréscimo de infra-estrutura produtiva. Já na fase posterior (pós-pico), a produção diminui devido ao esgotamento gradual do recurso.

(Ecodebate, 15/08/2009) publicado pelo IHU On-line, 13/08/2009 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PROJETO APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS



JUSTIFICATIVA:
Percebendo que os valores estão se perdendo a cada dia com a correria da vida moderna e que isso se reflete diretamente na escola, pensamos nesse projeto com as séries iniciais, onde os alunos participarão de atividades que terão como objetivos o respeito ao outro, a cooperação, o diálogo e a busca pela paz interior.

OBJETIVOS:
Proporcionar momentos de leitura de histórias que relatam sobre as diferenças existentes;
Propiciar atividades e brincadeiras que favoreçam a integração dos alunos, professores e pais;
Entrevistar um membro da família (avô, pais, tios e idosos da comunidade) sobre felizes lembranças de sua infância;
Ilustrar e registrar em forma de listas e textos coletivos as histórias lidas; Escolher, reescrever, dramatizar e apresentar para as demais turmas uma história lida;
Dar um abraço da paz em volta da escola envolvendo os alunos, professores, funcionários e membros da escola;
Perceber e respeitar as diferenças existentes entre nós.
Utilizar o espaço e os recursos do laboratório de informática no desenvolvimento do projeto.

PÚBLICO ALVO:
1ºs anos A, B, C do ciclo I

TEMPO DE DURAÇÃO:

1º semestre de 2009

ETAPAS:
Levantamento dos conhecimentos prévios;
Pesquisa com os pais e avós sobre brincadeiras cooperativas;
Entrevista com os familiares e membros da comunidade sobre momentos felizes da sua infância;
Leitura de histórias que relatam sobre as diferenças existentes;
Registro e ilustração das histórias lidas;
Brincadeiras que propiciam a integração dos alunos;
Socialização e reflexão das leituras lidas;
Dramatização das histórias lidas; Elaboração de uma poesia;
Votação eletrônica para escolha do desenho criado;
Encerramento com um abraço da paz em volta da escola.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS:
Fazer o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos através de imagens no laboratório de informática;
Registrar no laboratório de informática utilizando no Word as perguntas que serão feitas aos familiares;
Entrevistar um membro da família e pessoas da comunidade na biblioteca interativa; Registrar a pesquisa utilizando o Power Point no laboratório de informática;
Ler e compartilhar as leituras com os colegas na sala de aula e na BEI;
Ilustrar as histórias lidas no laboratório de informática utilizando o Tux Paint; Fazer listas das histórias lidas na sala de aula;
Fazer reescrita coletiva na sala de aula;
Confecção de uma caixa junto com os pais;
Criar um desenho que represente algumas das diferenças existentes entre os seres humanos, utilizando o Tux Paint;
Participar da votação eletrônica no laboratório de informática para eleger o desenho que será pintado na camiseta;
Pintar a camiseta.

PRODUTO FINAL:
Abraço da paz ao redor da escola

AVALIAÇÃO
Será avaliado:
•Mudança de postura frente as diferenças;
•Habilidades com os aplicativos Word e Power Point e Tux Paint;
•Apropriação da leitura e escrita;
•Ampliação de repertório ( vocabulário) na oralidade;
•Respeito ao outro.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NO PROJETO
FILME:
Direitos do coração Léo e Albertina
LIVROS:
Um porco vem morar aqui
Um lobo instruído
Ninguem gosta de mim
O apanhador de sonhos
Guilherme Augusto Araújo Fernandes
Kabá Darebu
Mamãe você me ama?
Madalena, uma porquinha executiva
Samanta gorducha vai ao baile das bruxas
O trem da amizade
Vó Naná
A velhinha que dava nome às coisas
As aventuras de Pinocchio
Dito e feito
Balada Irro!
Seu corpo visto de perto!
Maria mijona
Quando mamãe virou um monstro
Você e eu
O catador de pensamentos
Menina bonita do laço de fita
A galinha que sabia nadar
Pedro e Tina
O homem que amava caixas
Patrícia Tico e os lobos maus
O coelhinho insone
O livro do papai
O livro da mamãe
O livro da família
O livro dos sentimentos
Tudo bem ser diferente
O livro da paz
Cuecas e calcinhas – o certo e o errado
Pequenos robôs
Vou ganhar um irmãozinho
SITES
http://www2.uol.com.br/ecokids/dircrian.htm# http://www.canalkids.com.br/cidadania/direitos/crianca.htm http://www.canalkids.com.br/cidadania/genteboa/diferenca.htm http://www.canalkids.com.br/cidadania/genteboa/diferenca2.htm http://www.canalkids.com.br/cidadania/direitos/crianca2.htm http://www.canalkids.com.br/cidadania/vocesabia/agosto02.htm